Polirritmia 3 contra 2
Resumo: Este artigo apresenta a análise da polirritmia de 3 contra 2, tendo como exemplos práticos as músicas “When it rains” de Brad Mehldau, gravada no álbum Largo e “Meditations On Integration” de Charles Mingus, gravada no DVD LIVE in ‘64. O objetivo é o esclarecimento do significado deste conceito, a identificação do mesmo nas gravações, e o entendimento de como esse conceito é aplicado. Com a ajuda de livros podemos entender como a polirritmia funciona, e com o auxílio das gravações podemos ouvir a sonoridade que essa polirritmia causa, e a ferramenta que ela se transforma para o enriquecimento de uma composição ou de um arranjo. Palavras-chave: Polirritmia. Ritmo. 3 contra 2 Analysis of the Polyrhythm 3 against 2 applied in Jazz Abstract: This Article presents an analysis of the polyrhythm 3 against 2, having as practical examples, the tunes “When it rains”, a Brad Mehldau’s composition recorded on the album Largo, and “Meditations On Integration” by Charles Mingus, recorded on the DVD LIVE in ‘64. The goal of this project is explain the meaning of the concept, identify the polyrhythm in the recordings, and understand how this concept is applied. With the help from books and methods it is possible to understand how this polyrythm works, and the recordings show how it sounds like and how it works as a tool to enrich a composition or an arrangement. Keywords: Polyrhythm. Rhythm. 3 against 2 1. Compasso binário e compasso ternário Antes de falar sobre polirritmia, é preciso entender o conceito de ritmo e os tipos de compassos possíveis na música. “A lei do ritmo baseia-se na divisão ordenada do tempo” (POZZOLI, 1983, pg.08). Cada intervalo de tempo, tomado como unidade, pode ser dividido em partes iguais pelo nosso cérebro. Dessa unidade de tempo, sendo longa ou curta, e da sua divisão mais ou menos numerosa, deriva-se a variedade do ritmo. As combinações que disso pode resultar são infinitas,