Poesia
DIABLADA
Com a conquista espanhola, houve também a imposição da religião católica sobre os costumes considerados pagãos dos indígenas das terras da América do Sul. Como em quase todas as partes, o que aconteceu foi um sincretismo religioso, mesclando ambas. Na BOLÍVIA, os indígenas utilizados para trabalho escravo nas plantações e principalmente nas ricas minas de ouro e prata, cultuavam o “Huari”, ou “El Tio” (deus da força e das montanhas), a divindade benfeitora a quem é oferecido até os dias atuais a “chicha”, bebida feita de milho, típica da região andina, em troca de proteção. Com o passar do tempo, o indígena adotou a religião católica e quando o carnaval foi trazido pelos europeus, houve uma conjunção com as festividades nativas. A DIABLADA representa um drama teatralizado de luta entre o Bem e o Mal. O Arcanjo Miguel e a Virgem da Candelária com suas sete virtudes, contra Lúcifer, os diabos e os sete pecados capitais. Na atualidade observamos o Arcanjo Miguel à frente do desfile, dirigindo os perdedores do combate : os “diablos” arrependidos que vestem um rico traje, produto da criatividade dos artesãos bolivianos. Um de seus primeiros relatos data de 1789 e é tipicamente boliviana, sendo considerada em 2001 como Patrimônio Intangível da Humanidade pela UNESCO.
MORENADA
A Companhia Mercantil Européia trouxe negros africanos em substituição ao indígenas que se rebelavam contra o trabalho imposto. Os escravos africanos chegavam via Panamá, Lima e Buenos Aires. Calcula-se que em dez anos, foram trazidos cerca de 300.000 negros africanos para a América com “lucro” de 15 milhões de libras! Sua cor de pele nunca vista, sua riqueza cultural e sua força foram homenageadas com vários ritmos que nasceram desta nova miscigenação. Um dos ritmos surgidos deste encontro cultural foi a MORENADA, que nasceu através do uso de escravos negros na cidade de Potosí , na BOLÍVIA, na época colonial. Representa, com sua roupa