Poesia Parnasiana

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Sucedente do realismo, a poesia parnasiana teve seu marco inicial no Brasil em 1882. Buscava, através da perfeição formal, fugir da realidade brasileira e dos sentimentos, evitando assim, o uso de metáforas e demais figuras de linguagem.
Um dos principais representantes do parnasianismo é Olavo Bilac (1865 – 1918). Membro fundador da academia brasileira de letras, atuou como poeta e jornalista, e escreveu a letra do hino à bandeira. É autor das obras “Via Lactea”, “A um Poeta”, entre outros.
“A Via Lactea” é um soneto decassílabo, possui quatro estrofes, com dois quartetos, e dois tercetos. Possui rimas alternadas, e uma encadeada na terceira e quarta estrofe. São perfeitas, já que apresentam uma mesma tonalidade; e ricas, por serem de diferentes classes gramaticais.
As rimas e elisões dão uma bela musicalidade aos versos, compostos de um abrangente e rico vocabulário, e daí surge o culto da “arte pela arte”, onde os poetas preocupavam-se com a estética de sua obra, e também em enfatizar a descrição de objetos quaisquer.
Característica do parnasianismo, a fuga da realidade evidencia-se quando o poeta destina seus versos às estrelas. Com elas, o poeta conversa, também as ouve e entende, fala da imensurável beleza, e do fascínio que lhe causam.
A poesia não permite uma dupla interpretação, ou seja, há sobriedade no emprego de figuras de linguagem e a subjetividade é mínima. Porém, fugindo um pouco da tradição parnasiana, nota-se um certo sentimentalismo do poeta, afinal, o assunto tratado é justamente sobre as estrelas, e associa, com estas, o amor. Consequentemente, o poeta não se torna mais impassível diante da obra.
As obras parnasianas deixaram ao país uma riquíssima herança cultural, com excelentes poesias, dotadas de uma perfeição formal rara. Mas, o que realmente a difere de boa parte dos períodos literários é que, neste estilo, aparenta-se uma fuga proposital de todos os problemas de cunho político e social da época.

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