POEMAS
Mario Quintana
Poemas da amiga VII
Gosto de estar a teu lado, Sem brilho. Tua presença é uma carne de peixe, De resistência mansa e de um branco Ecoando azuis profundos.
Eu tenho liberdade em ti. Anoiteço feito um bairro, Sem brilho algum.
Estamos no interior duma asa Que fechou.
De Poemas da Amiga
Mário de Andrade
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
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Na coleção de 6222
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que...
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado Com olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes
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