poema

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS

Equipe: Bianca Déborah da Silva Gomes Vanuza Gonçalves Dias
Curso: Letras
Disciplina: Teoria da Literatura I
Professor: Nelson

Cantares do Sem Nome e de Partidas

Cajazeiras - PB
II

E só me veja

No não merecimento das conquistas.
De pé. Nas plataformas, nas escadas
Ou através de umas janelas baças:
Uma mulher no trem: perfil desabitado de carícias.
E só me veja no não merecimento e interdita:
Papéis, valises, tomos, sobretudos

Eu-alguém travestida de luto. (E um olhar de púrpura e desgosto, vendo através de mim navios e dorsos.)

Dorsos de luz de águas mais profundas. Peixes.
Mas sobre mim, intensas, ilhargas juvenis
Machucadas de gozo.

E que jamais perceba o rocio da chama:
Este molhado fulgor sobre o meu rosto.

Questões

1) Elabore uma paráfrase do poema.

2) A partir do que já foi teorizado por Emil Stairger, detalhe as características líricas do poema.

Respostas

1) Hilda Hilst nesse poema nos traz um sofrimento de partida, de desamparo e solidão. Uma despedida de um grande amor que faz o eu-lírico sofrer muito.
Tendo um perfil abatido de sofrimento, de malas na mão o eu-lírico vai se desligando aos poucos desse amor. Como se na rodoviária fosse um novo recomeço, porém doloroso.
Nesses versos: Eu alguém travestida de luto( E um olhar de púrpura e desgosto, vendo através de mim navios e dorsos.) podemos perceber que a realidade e o sonho se mesclam na hora da partida, empurrando a solidão, mas ao mesmo tempo trazendo para si mesmo como eu-lírico sofreu.
Percebemos também a comunhão entre o eu-lírico e a natureza, por exemplo, nesse verso: Dorsos de luz de águas mais profundas. Peixes.

2) Ao analisar o poema, podemos observar algumas características do gênero lírico capazes de despertar