Poemas
"Nha terra é quel piquinino
É São Vicente é que di meu"
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação
Para o mar!
É para o mar! ...
A GARRAFA Que importa o caminho da garrafa que atirei ao mar?
Que importa o gesto que a colheu?
Que importa a mão que a tocou — se foi a criança ou o ladrão ou filósofo quem libertou a sua mensagem e a leu para si ou para os outros. Que se destrua contra os recifes eu role no areal infindável ou volte às minhas mãos na mesma praia erma donde a lancei ou jamais seja vista por olhos humanos que importa? ... se só de atirá-la às ondas vagabundas libertei meu destino da sua prisão?...
A GARRAFA Que importa o caminho da garrafa que atirei ao mar?
Que importa o gesto que a colheu?
Que importa a mão que a tocou — se foi a criança ou o ladrão ou filósofo quem libertou a sua mensagem e a leu para si ou para os outros. Que se destrua contra os recifes eu role no areal infindável ou volte às minhas mãos na mesma praia erma donde a lancei ou jamais seja vista por olhos humanos que importa? ... se só de atirá-la às ondas vagabundas libertei meu destino da sua prisão?...
BARCOS
"Nha terra é quel piquinino
É São Vicente é que di meu"
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio...
A embarcação
Para o mar!