poemas de diversos poetas
Napoleão
Ei-lo sentado em cima do rochedo,
Ouvindo o eco fúnebre das ondas,
Que murmuram seu cântico de morte:
Braços cruzados sobre o largo peito,
Qual náufrago escapado da tormenta,
Que as vagas sobre o escolho rejeitaram,
Ou qual marmórea estátua sobre um túmulo.
Que grande idéia ocupa e turbilhoma
Naquela alma tão grande como o mundo!
Êle vê esses reis, que levantara
Da linha de seus bravos, o traírem;
Ao longe mil pigmeus rivais divisa,
Que mutilam sua obra gigantesca;
Como do Macedónio outrora o império
Entre si repartiram vis escravos.
Então um riso de ira e de despeito
Lhe salpica o semblante de piedade.
O grito ainda inocente de seu filho
Soa em seu coração, e de seus olhos
A lágrima primeira se desliza.
E de tantas coroas que juntara
Para dotar seu filho, só lhe resta
Esse nome, que o mundo inteiro sabe!
Ah! tudo êle perdeu! a esposa e o filho,
A pátria, o mundo e seus fiéis soldados!
Mas firme era a sua alma como mármor,
Onde o raio batia e recuava!
Jamais, jamais mortal subiu tão alto!
Êle foi o primeiro sobre a terra,
Só, êle brilha sobranceiro a tudo,
Como sobre a coluna de Vendôme
Sua estátua de bronze ao céu se eleva:
Acima dele, Deus, — Deus tão somente!
Da liberdade foi o mensageiro;
Sua espada, cometa dos tiranos,
Foi o sol que guiou a humanidade.
Nós um bem lhe devemos, que gozamos;
E a geração futura, agradecida,
Napoleão dirá, cheia de assombro.
Rio de Janeiro e Nápoles
Niterói! Niterói! Como és formosa!
Eu me glorio de dever-te o berço!
Montanhas, várzeas, lagos, mares, ilhas,
Prolífica natura, céu ridente,
Léguas e léguas de prodígios tantos,
Num todo tão harmônico e sublime,
Onde os olhos verão longe deste Éden?
Não és tão belo assim, cerúleo golfo
Onde a linda Partênope se espelha,
Tão risonha e animada como a noiva
No dia nupcial leda se arreia Para mais encantar do esposo os olhos!
Não és tão belo assim, quando torrentes
De puríssima