poema
A intertextualidade se dá através do diálogo estabelecido entre dois textos. Mas de que forma isso acontece?
Um exemplo bem simples é o título de uma redação, pois o “assunto” a ser discutido intertextualiza com nossas ideias, nosso conhecimento de mundo, ou seja, ninguém escreve ou fala sobre aquilo do qual não conhece ou não ouviu falar.
Podemos tecer um texto intertextualizando uma música, uma pintura, uma reportagem publicada em um jornal, um assunto polêmico que circula na mídia, e muitos outros.
Agora começaremos a entender mais sobre a paródia e paráfrase, que também são formas de intertextualização.
A paráfrase origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Vejamos dois exemplos a seguir:
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)
Podemos notar que o poeta modernista Carlos Drummond de Andrade faz somente uma recriação daquilo que Gonçalves Dias já havia criado na era romântica.
Já a paródia é um exemplo de recriação baseada em um caráter contestador, às vezes até utilizando-se de uma certa dose de ironia e sarcasmo.
Este recurso foi muito utilizado pelos poetas modernistas com o objetivo de criticar os “moldes” de outras escolas literárias.
Para exemplificar temos:
Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar os passarinhos daqui não cantam como os de lá.
(Oswald