poema
Todas as estrofes começam pela conjunção condicional « se » o que pressupõe que o eu nos vai falar do que necessária acontecer para que a sua atitude perante a vida mudasse.
No poema aparece o eu e ela , designada por « minha amada »
O eu caracteriza subjectivamente a amada . Assim ,ele diz que ela tem um olhos intensos « que ferem como espadas »; as mãos são « mignones», pequenas, frágeis, o seu colo é alvo como arminho, ela é soberba, fria « se fosse menos soberba e menos fria » , parece indiferente ao eu « se ela ouvisse os meus cantos moribundos ». Esta mulher é identificada como Laura numa alusão à mulher petrarquista , sendo por isso uma idealização « aquela visão de fantasia ». À maneira petrarquista são valorizados os olhos , as mãos e a cor da pele da mulher amada e a nível psicológico a sua indiferença e superioridade em relação ao amado« se ela ouvisse ».A mulher misteriosa, sempre ausente. Ela é a beleza e o eu sofre com a sua ausência.
O eu refere igualmente a sua relação com o ela . Ela é-lhe indiferente , ma se ela lhe dirigisse apenas um olhar faria coisas impossíveis . A felicidade do eu depende da atenção da amada . Através de várias hipérboles o eu mostra o poder da mulher sobre si e sobre o seu comportamento , mostrando uma espécie de vassalagem e de dependência de uma simples visão « eu domaria o mar que se enfurece », « eu escalaria as nuvens rendilhadas », « eu com um sopro enorme … apagaria o nome das estrelas», « o brilho do meus olhos venceria/ o clarão dos relâmpagos nocturnos », « Eu desfaria o sol », « eu pararia o curso aos grandes rios»…Na última estrofe o eu diz mesmo que se o contacto entre eles existisse a sua vida mudaria radicalmente. O estar sentado no café , símbolo de inércia e de ócio, da abulia do eu, nunca mais aconteceria se ela o apertasse contra o seu peito.
Os verbos estão no imperfeito do conjuntivo , remetendo-nos para a ideia de desejo « se me desse », « se