Poema Épico
(Depois da tomada de Monte Castelo, quando o Pelotão de Sepultamento chegou à região de Montese, encontrou num terreno abandonado pelos alemães uma singela cruz, sobre a qual, em idioma alemão, havia esta tosca inscrição: "Três heróis brasileiros". Verificou-se, depois, tratar-se dos soldados Geraldo Baêta, Arlindo Lúcio e Geraldo Rodrigues do 11º R.I.")
O dia amanhecera há muito tempo; entanto a imensa cerração, como se fora um manto, grande e espesso , escondia o côncavo do céu;
Daquele céu tão frio e cheio de escarcéu, que despejava a morte, o sobressalto e as dores dos bojos de metal dos bélicos condores...
A pequena patrulha estacou um momento, envolta na neblina; o heroico Regimento, do qual fazia parte, aguardava a mensagem sobre o inimigo audaz, para forçar passagem nas linhas de Montese...
Era pois necessário seguir, a qualquer preço, o ousado itinerário.
A pequena patrulha era de três soldados:
Geraldo, Arlindo e Baêta, unidos e irmanados no mesmo sacrifício e no mesmo ideal de dar um lenitivo à angústia universal.
Lutando sem quartel pela igualdade humana, legando a liberdade à pátria soberana...
Estava quase finda a missão recebida, quando surgiu galharda, ao cimo da subida da encosta de Montese, uma tropa alemã, que os ordenou parar...
Já o sol da manhã, doirava o verde-escuro e fosco da folhagem, dando um ar pitoresco à itálica paisagem.
Como se fossem um, intrépidos, ligeiros, os três jovens heróis soldados brasileiros, lançaram-se ao terreno e abriram fogo forte, na luta desigual para a vitória ou morte...
-"Fogo!Fogo! (Gritou Arlindo aos companheiros), eles hão de saber que somos brasileiros!
Enquanto houver cartucho aqui no meu fuzil, haverei de lutar em nome do Brasil!"
E Geraldo, ao Baêta: "Aguenta o fogo, amigo, senão iremos cair nas mãos desse inimigo, que não nos poupará! Fogo! Fogo!"
Foi quando refeita da surpresa e melhor manejando seus rápidos fuzis, a