Poema D.Tareja
Poema D.Tareja
D.Tareja
As naçôes todas são mystérios.
Cada uma é todo o mundo a sós.
Ó mãe de reis e avó de impérios,
Vella por nós! Teu seio augusto amamentou
Com bruta e natural certeza
O que, imprevisto, Deus fadou.
Por elle reza! Dê tua prece outro destino
A quem fadou o instincto teu!
O homem que foi o teu menino
Envelheceu.
Mas todo vivo é eterno infante
Onde estás e não há o dia.
No antigo seio, vigilante,
De novo o cria!
O poema D.Tareja enquadra-se na primeira parte da Mensagem, o Brasão, com referencia aos mitos e figuras historicas, identificadas nos elementos dos brasões. É nesta parte que fernando Pessoa apresenta a proposta portuguesa ao mundo. O poema D.Tareja representa a mãe de Afonso Henriques, D. Teresa, que começa por representar as origens de Portugal.
Este Poema é constituido por 4 quadras, que são as seguintes:
A primeira Quadra do poema diz-nos que cada nação é um “mundo só”, que todas” são misterios”, isto é, o misterio é o destino que espra ser cumprido no futuro e que se vai necessariamente revelar. A “mãe de reis e avó de impérios” é o começo do revelar desse “mistério”. Cumpre-se nela o mistério no nascimento do nosso primeiro rei.
Na segunda quadra indica-se que D.Teresa amamentou com “seio augusto”- D.Teresa era filha do rei de Leão e castela D.Afonso VI. A “bruta e natural certeza”, refere-se aos conflitos entre D. Afonso Henriques e sua mãe. D. Afonso henriques não desistiu mesmo com a probabilidade do seu fracasso.
A terceira quadra parece ser a mais simbolica e por isso a mais dificil em interpretar. Fernando Pessoa nas duas segundas linhas refere-se aos atuais governantes. “Dê a tua prece outro destino, a quem fadou o instinto teu!”. “o teu menino envelheceu” poderá significar a memória e a vontade de luta e orgulho portugês que se vão desvanescendo.
A quarta quadra confirma a terceira: “ todo o vivo é