Poder e Desenvolvimento da Amazônia
Felipe Leal Cunha e Silva
Poder e Desenvolvimento da Amazônia
Introdução
A década de 70 foi fundamental para a reformulação da geopolítica brasileira. A conferência de Estocolmo, em 1972, trouxe o meio ambiente para a pauta da agenda mundial, expondo as diferenças de percepções entre os paises centrais e os menos industrializados. Em uma contexto conhecido pela Detente, uma distensão da Guerra Fria, os paises periféricos tiveram condições de propor idéias e até mesmo contrariar as duas grandes potências. Deste modo, calcados por uma política agressiva e unilateral, os paises desenvolvidos adotavam uma postura considerada “zerista”, impedido o desmatamento a qualquer custo, enquanto os paises periféricos adotavam uma postura mais soberanista e preservacionista, com o uso regulamentado das fontes naturais.
Na esfera nacional podemos averiguar os reflexos dessa conjuntura internacional. Inseridos em uma ditadura militar repressora, o governo se viu pressionado a elaborar políticas para preservar um dos nossos principais patrimônio natural: a Amazônia. Surge ainda no governo do presidente Médici o lema “integrar para não entregar”, ou seja, via-se a necessidade de integrar, economicamente, socialmente e culturalmente a região ao resto do país, para que não houvesse um novo questionamento sobre a capacidade brasileira de controle da Amazônia. Bons exemplos de projetos elaborados nessa época foram a Transamazônica, a BR-163 (Cuiabá – Santarém), o Grupo Executivo das Terras do Baixo-Amazonas (GEBAM), o Grupo Executivo para as Terras do Araguaia-Tocantins (GETAT).
Mesmo com o fim da ditadura militar na década de 80, a preocupação com a segurança e o desenvolvimento da Amazônia se manteve. Bons exemplos dessa preocupação são: o Projeto Calha Norte, a posteriori o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam/Sipam), o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (Sisfron), o Plano Amazônia Protegida e a própria Estrategia