Poder: nem todos temos.
Thomaz Wood Jr. 18 de novembro de 2010 às 14:28h
O novo livro de Jeffrey Pfeffer, notório professor de management de Stanford, explica por que algumas pessoas têm poder e outras não
Power: why some people have It – and others don’t, livro do professor Jeffrey Pfeffer, cumpre o que promete: mostrar aos leitores como aumentar seu poder nas organizações. Inadvertidamente, o autor inaugura uma nova corrente entre os livros de autoajuda nos negócios: a dos livros amorais. À corrente dos livros hipócritas, pregando o líder bom moço, capaz de salvar a empresa e o mundo, Pfeffer contrapõe uma perspectiva crua e pragmática.
O leitor menos avisado talvez tome o conteúdo ao pé da letra, o que parece ser intenção do autor. Melhor uso fará quem o tomar como um retrato sem retoques do estado das coisas no mundo do darwinismo corporativo, no qual impera a lei da selva, reina o individualismo e sobrevive o mais apto.
Os alpinistas corporativos, espécimes permanentemente orientados pelas luzes do poder e preocupados com sua própria carreira, certamente se identificarão. Então, que se preparem para a escalada. O caminho é árduo e a competição é dura. E, pior, mesmo após chegar ao topo, a permanência não é garantida.
Segundo o autor, a primeira coisa a fazer é abandonar a noção de que o mundo é justo. Nas empresas, o poder não flui para as mãos dos mais sábios e competentes. Ele segue para aqueles politicamente mais hábeis. Negar tal realidade é recusar o fato de que organizações são, em sua essência, sistemas políticos, alguns deles bem degenerados. Pfeffer cita estudos e exemplos que mostram que nem mesmo um bom desempenho é condição necessária para se conseguir poder. Enfim, exceto para os impúberes e os cronicamente ingênuos, Papai Noel realmente não existe.
Como chegar lá? O autor identifica algumas características-chave. Primeiro, ambição e energia, essenciais para ajudar a enfrentar o tédio e a aridez do trajeto. Depois, vêm a capacidade de reflexão, a