plywood

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A Arquitetura de Herzog & De Meuron definitivamente não se enquadra naquele viés popularesco de formas alegres e coloridas ou de novas e espetaculares estruturas, tão ao gosto das revistas especializadas. Pelo contrário, em meio ao canto de sereia da fotogenia pós-moderna e do estrelato proporcionado pelos diversos ismos que assolam perniciosamente a disciplina, a simplicidade da fórmula é de espantar: a forma essencial, o corpo tipológico rossiano vitalizado, somado à matéria, à potencialidade dos materiais de construção e às roupagens simbólicas da arte vanguardista de artistas como Joseph Beuys, Thomas Ruff ou Rémy Zaugg são as veias legítimas de expressão de uma Arquitetura que trabalha com essencialidade, materialidade, repetição e uma espécie de facialidade, de figuração desfigurada que carrega, como apontou Fernández-Galiano (1), um espírito que oscila entre a idéia nietzscheana do apolíneo e do dionisíaco e que aproxima a Arquitetura da Arte por suas obras serem tão arquitetônicas ao ponto de serem necessariamente artísticas (e não apenas pela constante colaboração com artistas).
O resultado dessas variáveis é uma certa “sensualidade melancólica”, uma “austeridade vigorosa” muito bem situada entre a intelectualidade e a emoção, entre o grave e o voluptuoso, entre o bruto e o virtual, entre o controle e a explosão, entre o rigor profissional e uma vitalidade artística que estão no cerne da dualidade arquetípica das escolas latina e germânica que dominam a cena de onde atuam. É desde esta ambigüidade dialética que se pode compreender a eloqüente Arquitetura dos suíços Herzog & De Meuron.

"A realidade da Arquitetura não é a Arquitetura construída. Além destas formas condicionais – construído e não construído – a Arquitetura forma sua própria realidade, comparável à realidade autônoma de uma pintura ou de uma escultura"
Herzog & De Meuron,

Entre o rosto e o retrato estão o real e o abstrato. Por trás da roupagem simbólica das peles de vidro, aço, madeira e

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