“Pluralismo: dimensões teóricas e políticas”
O texto apresenta o conceito de pluralismo onde Coutinho (1995) em suas palavras afirma: “é sinônimo de abertura para o diferente, de respeito pela posição alheia, considerando que essa posição, ao nos advertir para os nossos erros e limites, e ao fornecer sugestões, é necessária ao próprio desenvolvimento de nossa posição e de modo geral, da ciência”. Em outras palavras, a combinação de uma vontade coletiva (base da gestão social coletiva, e que impeça as múltiplas associações de interesses de caírem na fragmentação corporativa ou particularista), requer a conservação dessa multiplicidade, diversidade e pluralismos de sujeitos. Coutinho nos traz que nas experiências históricas nas quais esse pluralismo foi negado, tivemos claros casos de despotismo. Também nos alerta de que o pluralismo não significa ecletismo ou relativismo moral, ou seja, a conciliação de pontos de vista teóricos e éticos inconciliáveis.
Coutinho apresenta inicialmente duas dimensões básicas ou fundamentais quanto ao pluralismo sendo um como fenômeno social e político e a outra na construção do conhecimento, na questão epistemológica. Entendendo-se a primeira dimensão é uma construção típica da ascensão da classe burguesa e a construção do capitalismo. Coutinho (1995, p.6) “no mundo moderno, essa concepção de pluralismo está muito ligada a uma nova visão do homem, ou seja, a visão individualista do homem, (...) a valorização baseia-se na idéia de que os indivíduos têm direitos naturais inalienáveis em face da comunidade, em face da sociedade (...), a comunidade é vista como algo que resulta da soma de interesses privados. Então, o pensamento liberal valoriza essencialmente o conflito, a idéia de que o conflito é algo positivo; valoriza a pluralidade de interesses; e valoriza as diferenças”.
A partir da ideia “da divisão de poderes com a ideia de que é preciso limitar o poder e que a