PLATÃO
DEMOCRACIA
Platão (427-347 a.C.) possui vasta obras, sobretudo na forma de diálogos, com grande relevo e profundidade para as especulações filosóficas, incluído textos dedicados à política. Por mais que se confunda o platonismo com um idealismo irrestrito e de um distanciamento do mundo das decisões políticas e práticas, cresse ser esta uma imagem falseada e reducionista de uma filosofia que lançou luzes sobre o universo dos valores políticos e deixou sérias marcas no campo da teoria ocidental.
No entanto, Platão não encara a democracia dessa forma. Ele vê na democracia o tumulo das assembleias, em que a participação só ocorre em função do géton assemblear, a entrega da coisa pública nas mãos de cidadãos despreparados para o exercício de suas funções, o império da demagogia, a supremacia da retórica vazia, o potentado das distorções, em que escravos perambulam por todas as partes como se senhores fossem. Destoar, necessariamente, dessa realidade distorcida, corruptela de democracia vivida durante o século IV a.C. por Atenas.
AS FORMAS DE GOVERNO
Entre os sistemas políticos possíveis, Platão estuda-os em minúcias, objetivando o alcance da melhor forma de governo, partindo por analisar e classificar os sistemas existentes em seis, com base em três grades grupos, formados em torno do governo de um, de poucos, ou de muitos (monarquia,tirania, realeza, aristocracia, oligarquia, democracia):
Dessas formas de governo, sem dúvida, Platão indicará que a democracia é a sexta forma de governo, e a melhor entre as existentes, mas apontará que nela não está a solução para os problemas da cidade. Para ele, somente uma sétima forma de governo (fora do que comumente aceito) seria capaz de representar uma mudança substancial na estruturação da política reinante. Leia-se o diálogo que revela essa preocupação platônica, no político: De todo esse diálogo pode-se chegar a uma síntese, a uma conclusão: nenhuma das