Platão, Aristóteles e a Psicologia
Boa parte do conhecimento produzido no ocidente, desde os pensamentos filosóficos às ciências naturais, foi influenciada e fundada sobre o pensamento platônico e aristotélico. Na psicologia não foi diferente. Platão e Aristóteles precederam o embrião dos estudos psicológicos ao introduzirem as primeiras questões sobre o conhecimento humano (gnosiologia). Assim, os filósofos foram os precursores da Psicologia Filosófica ou Racional que estuda o intelecto humano e sua capacidade de percepção. Platão, buscando o conhecimento conceptual, universal e imutável inaugura o fazer científico ocidental, cujo objeto é o conceito do que se investiga. Para construir suas teorias, ele estabeleceu um método racionalista que seria desenvolvido por outros filósofos mais tarde (principalmente por Descartes). A partir dessa base, utilizando-se do método dedutivo, Platão desenvolve sua teoria do conhecimento. Para ele, o conhecimento não poderia ser baseado nas impressões sensoriais, captadas no mundo material, pois elas estavam em constante mudança e variavam de indivíduo para indivíduo. Haveria o Mundo das Ideias, que abrigava realidades objetivas, modelos eternos e imutáveis em que se baseiam as formas materiais imperfeitas as quais percebemos. O conhecimento só se daria de forma eficiente se acessássemos, por intermédio da memória (reminiscência), as ideias originais. A alma, segundo Platão, é a entidade que tem acesso ao Mundo das Ideias e ao ter contato com o Mundo Sensível possibilita a lembrança e consequentemente o conhecimento verdadeiro. Na concepção platônica, a alma (psique) é divida em três partes: racional (localizada na cabeça), energia moral (localizada no peito) e paixões (localizada no abdome). Para exemplificar essa tripartição, Platão desenvolve a alegoria do cocheiro. O cavalo branco (apolíneo) representa a energia moral, a inteligência; o cavalo preto (dionisíaco)