Platao
O filósofo é aquele que, através de um processo dialético, se liberta das correntes, saindo assim da ignorância para a opinião e, depois, para o conhecimento. Estabelece portanto, etapas bem definidas e dolorosas.
É importante ressaltar que o autor faz uma analogia entre aptidão para ver e aptidão para conhecer, exercício da visão e exercício da razão e entre faculdade da visão e faculdade da razão. Há aí, também, uma relação entre o mundo visível e o mundo inteligível, sendo como já foi dito, o primeiro uma sombra do segundo. Feito isto, pode-se afirmar que, durante a descrição do mito, as fases pelas quais a visão do sujeito passa são as fases pelas quais passa a razão.
A primeira etapa é chegar à opinião (doxa), ilustrada pela subida do fundo da caverna até às imagens exteriores, tentando superar a inércia da ignorância (agnosis). O sujeito é ofuscado pela luz da fogueira sendo esta (a luz) a representação da verdade a qual lhe causa dor aos olhos que representam o órgão do conhecimento. Neste primeiro instante, ele não consegue distinguir muito bem o que está a ver mas com persistência e olhar investigativo contempla as formas bem definidas dos objetos que geram as sombras do fundo da caverna. Então ele atinge o conhecimento (episteme). Mas a investigação não acaba por aí. A busca