Platao Teeteto 1
DlÁIJ
TEETETO
,
CRATILO
Tradução direta do grego
Carlos Alberto Nunes
Coordenação
Benedito Nunes
3• Edição Revisada
Belém- Pará
2001
INTRODUÇÃO
A prioridade na publicação deste volume, contendo o
Teeteto e o Crátilo, dentre as obras de Platão, em tradução de
Carlos Alberto Nunes, que a Universidade Federal do Pará edita gradualmente, justifica-se pela necessidade de pôr ao alcance dos estudiosos duas fontes primordiais para as questões, hoje inseparáveis, do conhecimento enquanto episteme e da natureza da linguagem.
O problema que nasce e se configura no Teeteto recebeu a sua expressão sistemática na Teoria do Conhecimento. Quando o personagem que dá nome ao diálogo, instado por Sócrates a responder em que consiste o conhecimento (145,e), limita-se a enumerar, juntamente com certas artes, a Geometria e outras disciplinas, o velho filóso fo, depois de louvar, num irônico rodeio, segundo a sua maneira habitual de proceder, a generosid ade do seu jovem amigo, insiste precisando que desejaria saber, em vez de "quantos conhecimentos particulares pode haver", a própria essência do gênero que compreende e valida todas essas espécies. A primeira definição de Teeteto, segundo a qual o conhecimento não é mais do que sensação
(151 ,e), deriva da tese de Protágoras (o homem como medida de todas as coisas), então vinculada por Sócrates à doutrina da mobil idade universal, cujas conseqüências, discutidas e examinadas até o extremo limite das aporias a que o relativismo absoluto conduz, levam os interlocutores a admitir que, nada sendo idêntico e estável, as coisas se reduzem a um conjunto de correlações. "Segundo a natureza, teremos de dizer que as coisas devêm, formam-se, destroem-se ou se alteram" (157, h).
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Benedito Nunes
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