Plantão psicoeducativo
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Psic. da Ed., São Paulo, 19, 2º sem. de 2004, pp. 11-38
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Plantão psicoeducativo: novas perspectivas para a prática e pesquisa em psicologia da educação
Heloisa Szymanski
Este artigo propõe-se a apresentar, segundo perspectiva fenomenológica existencial, a proposta de desenvolvimento do plantão psicoeducativo que desponta como um novo campo de prática e pesquisa em psicologia da educação.
De um modo geral, caracteriza-se como o oferecimento de um locus de escuta especializada, de reflexão e atenção para educadores1 responsáveis pelo processo de criação/socialização/educação de suas crianças e adolescentes. Antes de apresentar suas origens e o processo de constituição dessa prática, serão definidas as bases que orientarão sua implantação, que são as mesmas que norteiam um projeto de intervenção educativa já em andamento e ao qual o plantão virá a agregar-se.
Bases para a constituição do plantão psicoeducativo
A proposta dialógica de Paulo Freire constituiu um dos eixos para a implantação do plantão. A orientação fenomenológica, outro, e um terceiro, a metodologia de pesquisa intervenção. Serão apresentados brevemente a seguir os três eixos orientadores da proposta.
A proposta dialógica de Paulo Freire
Acreditamos que a prática dialógica, tal como proposta por Freire (1970,
1977, 1989, 1996) é a expressão de um modo de ser entre educadores e educandos que favorece a humanização ou hominização, como diz Freire, de todos os protagonistas da ação educacional. As concepções de educação bancária e educação
1 Considerou-se educadora toda pessoa ou instituição a quem a sociedade atribuiu uma missão socializadora, expandindo-se, assim, o significado escolar do termo e incluindo a família e instituições que se propõem a atender crianças e jovens fora do período escolar.
Psic. da Ed., São Paulo, 19, 2º sem. de 2004, pp. 169-182