Plantas Medicinais Do Cerrado Brasileiro
A pesquisa com plantas medicinais envolve uma multiplicidade de abordagens que ainda precisam ser trabalhadas. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez o uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Diante disso a OMS tem incentivado intensamente a utilização dessas plantas no tratamento de doenças (MARTINS et al., 2000). Assim, como vem ocorrendo ao longo de muitos anos, a descoberta das potencialidades da flora mundial, tem oferecido ao homem maiores expectativas de vida. É oportuno lembrar, no entanto, que esse avanço sobre o que era desconhecido, trouxe alegrias, mas também angústias, no que tange ao quadro natural. A cura para as maleitas da sociedade quase sempre esteve na natureza. Até porque é um sistema único, ou seja, são partes de um mesmo complexo na dinâmica da vida terrestre. Quando um elemento, no caso o homem, invade ou ultrapassa os limites de um equilíbrio, a outra face reage ou pode demonstrar sinais de embate. Neste caso, estes sinais já estão bem visíveis atualmente. O homem busca a cura na natureza, nas plantas, por exemplo, mas essa mesma natureza limita a ação antrópica quanto à sua devastação ou degradação. Isso quer dizer que hoje se tem em mãos técnicas avançadas para se descobrir a cura de várias doenças. No entanto, essa natureza encontra-se ameaçada pela intensa degradação na qual vem sendo submetida à longa data. Neste momento, não é difícil pensar e observar as duas forças a que estão submetidas a ação humana: é refém da natureza, que durante anos lhe serviu como tábua de experiências e que agora reage em resposta à degradação. Mas é também refém de uma série de técnicas e conhecimentos os quais se encontram “limitados” pela descoberta da esgotabilidade dos recursos naturais. Diante disso, esta pesquisa procura mostrar que os usos e conhecimentos acerca da utilização de plantas na