Plano Real
Também em decorrência da recessão, a arrecadação tributária não era suficiente para cobrir as despesas. Como consequência, o governo apenas ordenava ao Banco Central que imprimisse o dinheiro necessário para fazer frente às despesas. Os velhos paliativos de trocar o nome da moeda e cortar três zeros já haviam se comprovado um redundante fracasso. Vários planos heterodoxos já haviam sido tentados desde meados da década de 1980: Plano Cruzado (I e II) em 1986; Plano Bresser em 1987; Plano Verão em 1988/1989; e Plano Collor (I e II) em 1990 e 1991, respectivamente. Todos envolviam congelamento de preços (alguns deles, cortes de zeros das moedas). O governo congelava os preços, mas continuava imprimindo dinheiro impavidamente, o que significa que restringiam a oferta mas estimulavam a demanda. Ao final de cada plano, a inflação de preços ressurgia com vigor redobrado.
Em maio de 1993, Itamar Franco nomeou Fernando Henrique Cardoso — então Ministro das Relações Exteriores — para o Ministério da Fazenda. Naquele mês, a inflação de preços acumulada em 12 meses já estava em 1.348%.
No dia 1º de agosto de 1993, houve a primeira medida, embora de efeito apenas cosmético: mudou-se, mais uma vez, o nome da moeda, e cortaram-se três zeros. A moeda deixava de se chamar Cruzeiro e passava a se chamar Cruzeiro Real. A inflação de preços continuava em forte ascensão: seria de 33% só no mês de agosto e de 1.730% no acumulado de 12 meses.
Esta ascensão inflacionária decorria do fato de que, além de imprimir dinheiro para saldar o seu déficit, o governo também imprimia para comprar