Plano real x Plano cruzado
O plano cruzado caracterizou-se por uma das tentativas heterodoxas para estabilizar a economia brasileira na nova república, com relação à inflação, durante o governo Sarney.
O processo inflacionário, naquele período, era diagnosticado por duas correntes de pensamentos: A dos inercialistas, ligados à PUC-RJ e os pós- keynesianos, da unicamp
Os pós-keynesianos se baseavam na teoria de formação de preços de Keynes, citando que a inflação vem de mark-ups volateis dos capitalistas, devido a instabilidade e incertezas
Os inercialistas se apoiam em aspectos estruturalistas na sua argumentação, separando o processo inflacionários em “choque ”, que leva a alteração do patamar da inflação e ”tendência”. Este último assume que a inflação a partir de um determinado momento adquire uma certa autonomia, sendo que a inflação passada determina a atual, que determina a futura etc. Isso ocorre devido à indexação da economia, que carrega a inflação passada para o presente. A inércia vem do comportamento defensivo dos agentes em manter seus picos de renda, visão de Francisco Lopes ou a renda média, visão de Pérsio Arida e Lara Resende.
A partir disso, têm-se duas propostas: Choque Heterodoxo, de Chico Lopes, que se apoiava em um congelamento de preços e a de moeda indexada, de Resende e Arida, que sugere a indexação da economia em uma nova unidade de conta. Quando todos os bens e serviços estiverem indexados nessa nova unidade de conta, fixa-se o câmbio e se introduz um novo padrão monetário, como foi parecido com o Plano Real.
Levando-se em consideração o debate, foi posto em prática o Plano Cruzado,optando-se pelo congelamento de preços. Além disso, os salários foram convertidos pelo poder de compra dos últimos 6 meses, com um abono de 8% ou 16% no caso do salário mínimo, além de um “gatilho salarial”, caso a inflação chegasse aos 20%. Dado a folga cambial do período, não houve maxidesvalorização compensatória do câmbio,que ficou fixo, ainda