Plano cruzado x plano real
O Plano Cruzado, ou Programa Brasileiro de Estabilização, implantado no Brasil em 1986, trouxe uma proposta de choque heterodoxo com uma política antiinflacionária baseada unicamente na contração da demanda, contrapondo-se, então, às tentativas ortodoxas de estabilização que fracassaram.
O Cruzado, novo padrão monetário nacional, nasceu como a nova moeda “forte” do país. A taxa de conversão foi fixada em mil cruzeiros por cruzado. O principal objetivo dessa reforma monetária era criar uma nova moeda, estável e que eliminasse a inflação. Entretanto, não foram estabelecidas com clareza, políticas fiscais e monetárias de médio prazo, as quais ficariam a sob responsabilidade dos condutores do plano.
Os preços, câmbio, aluguéis e salários, foram congelados. O Plano Cruzado foi implantado de cima para baixo, em segredo, sem discussões, como as medidas tomadas pelo regime militar. Em pouco tempo, o Plano Cruzado começou a mostrar sua fragilidade, visto que o mesmo estava bem longe da realidade dos números do Brasil. O congelamento gerou dois grandes problemas para o país: um grande aumento do consumo, o que provocou queda na produção, aumentando as importações e desequilibrando a balança comercial; e o surgimento do ágio, valor cobrado indevidamente de quem quisesse adquirir produtos escondidos pelo comércio e pela indústria na expectativa de uma eventual liberação dos preços.
Caso o governo tivesse feitos alguns ajustes a tempo, o Plano Cruzado poderia ter sido mais eficaz. Entretanto, o governo recusou-se a fazer qualquer mudança brusca antes das eleições, visto que a população estava encantada com o poder de compra adquirido. O Cruzadinho, lançado cerca de três meses antes da eleição, mostrou-se totalmente ineficaz. Assim, a eleição foi um sucesso para o governo e logo após o resultado, os problemas do Plano Cruzado começaram a aparecer: aumento de tarifas e impostos que trouxeram de volta a tão desesperada inflação.
Plano Real
O Plano