Plano nacional de cultura
Apresentação
Há mais de um século o cinema encanta, provoca e comove bilhões de pessoas em todo o mundo. Dentre estes bilhões de pessoas que regularmente foram, vão e irão assistir a filmes na sala escura do cinema, certamente estão incluídos milhões de professores e alunos. Apesar de ser uma arte centenária e muitas vezes ao longo da história ter sido pensado como linguagem educativa, o cinema ainda tem alguns problemas para entrar na escola. Não apenas na chamada \"escola tradicional\" (o que seria mais compreensível, dada a rigidez metodológica que dificulta o uso de filmes como parte da didática das aulas), mas também dentro da escola renovada, generalizada a partir dos anos 1970, o cinema não tem sido utilizado com a freqüência e o enfoque desejáveis. A maioria das experiências relatadas ainda se prende ao conteúdo das histórias, às \"fabulas\" em si, e não discute os outros aspectos que compõem a experiência do cinema. O problema é que os filmes se realizam em nosso coração e em nossa mente menos como histórias abstratas e mais como verdadeiros mundos imaginários, construídos a partir de linguagens e técnicas que não são meros acessórios comunicativos, e sim a verdadeira estrutura comunicativa e estética de um filme, determinando, muitas vezes, o sentido da história filmada. [pic]
Dentro desta perspectiva, este livro deseja discutir não apenas com o professor interessado em iniciar-se no uso do cinema na sala de aula, mas também com aquele que deseja incrementar sua didática, incorporando filmes como algo mais do que \"ilustração de aulas e conteúdos\". Não pretendo que ninguém se torne crítico de cinema para tal. Enfatizo, de maneira acessível, não apenas os procedimentos básicos para analisar um filme, mas também procuro indicar inúmeras atividades práticas, que o professor poderá selecionar, adaptar, modificar e às quais poderá incluir outros filmes não sugeridos.
A primeira parte do livro é composta de três