Plano de negócio
Celina Vargas do Amaral Peixoto
(Socióloga e diretora do Sebrae/RJ)
O Grameen Bank, o Banco dos Pobres, surgiu em Bangladesh, uma das regiões mais miseráveis do mundo, da iniciativa de um professor de economia, formado em uma das universidades mais sofisticadas dos
Estados Unidos – a de Vanderbilt. Ironia ou não, o Prof. Muhammad
Yunus, depois de percorrer durante anos os bancos públicos de seu país em busca de apoio para obtenção de crédito para os pobres, acabou criando a sua própria instituição, em 1983.
O objetivo principal do Prof. Yunus era e é o de estender os serviços de crédito aos mais pobres eliminando a ação dos agiotas, dar oportunidades de trabalho e renda aos desprovidos e desenvolver uma forte noção de cidadania e de auto-estima na população carente. Mais do que uma proposta de conceder crédito através de um pequeno empréstimo, o Banco dos Pobres visa, também, romper com um ciclo vicioso do trabalho que estimula a permanência dos padrões de escravidão, do congelamento de uma situação permanente de miserabilidade e da ausência de serviços públicos mínimos para a sobrevivência do ser humano como habitação, saúde, educação, transporte, etc.
O Prof. Yunus iniciou a formulação de sua proposta, em 1974, no ano em que a fome se abateu sobre Bangladesh. Começou atendendo a uma demanda de apenas 42 recentemente no Nordeste com o estímulo do CredAmigo, do Banco do
Nordeste. No Rio de Janeiro, instituições privadas vêm cumprindo com a sua cota de responsabilidade social junto ao público mais carente – o
Viva Rio criou a sua agência de microcrédito e o Fininvest apostou no crescimento do RioCred. Já o Sebrae-RJ tem dado a sua contribuição, ajudando a fortalecer instituições como a Viva Cred e o Banco da
Mulher. Nós, do Sebrae-RJ, alimentamos ainda a esperança de que outras iniciativas do gênero possam também ser criadas para ampliar a concessão de crédito solidário, aumentando a capilaridade deste projeto