plano de negocios
As relações humanas que são estabelecidas hoje seguem os moldes da situação mundial atual: as trocas são rápidas, efetivas, e trazem sua duração limitada até que as partes estejam satisfeitas no que propuseram a fazer. Como um mercado.
Essas relações compulsivas – num exagero quase justificável – afetam incisivamente as trocas entre pessoas mais jovens, por não terem vivido situações diferentes durante sua formação e, consequentemente, não terem desenvolvido linhas de consciência contrárias à vigente.
A concisão atinge também a esfera da vivência sexual: o contato físico estabelecido independe da existência de elos afetivos. Isso torna as temáticas sexo e amor pouco relacionáveis, apesar de sua histórica ligação, e, numa análise primária, deixa os jovens mais livres sobre suas escolhas.
O desvinculamento destes dois conceitos pode ser tido como uma linha de separação da forma contemporânea do que se entende por independência e a dependência absurda que rege a sexualidade do jovem moderno. Segundo a ética adolescente, a relação sexual não é obrigatoriamente ato a ser cumpliciado por alguém que se ame, e essa premissa pode ser verdadeira e totalmente aplicável no modo de vida do adolescente, como mera escolha entre tantas outras. No entanto, a experimentação do vazio no que refere ao afeto (não) desenvolvido, e que é consequência daquele desvinculamento das trocas, não é voluntária – não é mais uma escolha a ser feita e exige maturidade e senso para que não se torne uma problemática.
O jovem se sente maduro para isolar relações, mas não é munido da capacidade de isolar consequências. A dita liberdade sexual é perigosa, uma vez que aumenta a exigência de reação ao confrontamento de problemas em indivíduos que da vida ainda têm pouquíssimo tato.