plano de aula Ligia Clark
Movimento artístico-literário, que surgiu como forma de reagir aos excessos trazidos pelo concretismo. Enquanto o concretismo era extremamente racional, o neoconcretismo trouxe a subjetividade de volta para o processo de criação artística. Foi ele o responsável pelas primeiras mudanças nas artes visuais no Brasil, através da proposta de uso de novos meios para a produção, bem como da transformação na forma de receber estas obras de arte. Trouxe também um novo modo de escrever, que pode ser conferido através da Obra de Ferreira Gullar e de Reynaldo Jardim.
No final da década de 50 os artistas que faziam parte do concretismo fizeram uma revisão crítica sobre seu pensamento anterior e chegaram à conclusão que estavam fazendo arte segundo “receitas”, obedecendo a certos “dogmas”, fazendo com que seu potencial crítico e artístico fosse quase nenhum.
Em busca de remendar algumas coisas, em 23 de março de 1959, foi lançado o Manifesto Neoconcretista, no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, assinado por Ferreira Gullar, Ligia Clark, Ligia Pape, Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis. Tal manifesto foi a abertura da I Exposição de Arte Neoconcreta, que contava com a participação dos mesmos artistas listados acima.
Algumas características do movimento Neoconcreto são a arte como criação e expressão a subjetividade ela sensibiliza a geometria como forma de expressão, existencialista com tempo e lugar, e, humanista, o sujeito participa da obra.
Este Movimento Neoconcretista tem recebido uma atenção redobrada no circuito de arte internacional. Com efeito, não só exposições retrospectivas de Hélio Oiticica e Lygia Clarck se tornaram frequentes nos últimos anos, como também a própria obra teórica e poética de Ferreira Gullar tem sido objeto de analises em livros e revistas publicados, nos Estados Unidos e na Europa. Isso devido a criação de muitas propostas da arte contemporânea pela geração de artistas da década de 1960.