Plano Cruzado
Logo que assumiu, Sarney procurou nortear as diretrizes de seu governo, buscava se legitimar no cargo para evitar um retrocesso político. Poderia ter o mesmo destino dos presidentes depostos. No terreno da economia, a fórmula apresentada a Sarney foi aquela aplicada em todo o mundo na época, um processo recessivo, de restrições profundas aos investimentos e que levaria a um aumento substancial do desemprego no país.
Sarney não aceitou, considerava essencial não sacrificar os mais pobres e criar desemprego. Secretamente, o presidente Sarney combinou com o ministro do Planejamento, João Sayad, que mandasse a Israel um economista para estudar em profundidade o plano israelense. Pérsio Arida foi o escolhido.
De volta ao Brasil, Arida deu as linhas gerais do plano, que tinha uma dificuldade muito grande: estabelecer um pacto interno no qual as forças políticas sustentariam as consequências do processo de ajuste. Este pacto se revelou inviável, mas o presidente decidiu aplicar o Plano mesmo sem ele. Inicialmente, a equipe econômica baixou um primeiro decreto, de alinhamento de preços —ninguém sabia do que se tratava. Preços e salários foram reajustados linearmente.
Em 28 de fevereiro de 1986, foi lançado o Plano Cruzado, tendo Dílson Funaro no Ministério da Fazenda. A principal medida do pacote, o congelamento de preços por um ano, ganhou apoio total da população. Em rede nacional de rádio e televisão Sarney fez um apelo para que os brasileiros