planejamento e controle de estoque
As inovações na área de saúde trazem diversos benefícios, porém implicam em um custo crescente da prática médica. É fundamental, portanto, que os profissionais da área da saúde e os administradores busquem uma compreensão mútua cotejando a qualidade e os custos, procurando encontrar as melhores propostas de valor, ou seja, aquelas que garantam o melhor resultado
(sucesso terapêutico, sobrevida, qualidade de vida etc.) por Real gasto. Esse debate constitui o objeto da seção Custos x Benefícios na einstein.
Miguel Cendoroglo Neto
Editor da seção
Logística hospitalar: o desafio do abastecimento Carlos Kazume Oyama*
* Diretor Executivo Suprimentos e Engenharia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo
(SP), Brasil.
O gasto público com Saúde, nos últimos anos, mantém-se entre 3 e 5% do produto interno bruto (PIB), algo próximo a R$ 30 bilhões por ano. Uma boa parcela desses recursos é destinada ao Sistema Único de
Saúde (SUS), que repassa essa verba aos hospitais credenciados.
O SUS paga, em média, pelo atendimento, R$ 3,60 por paciente (em São Paulo, R$ 4,39 por paciente), enquanto que uma internação remunera, em média,
R$ 409,38 por paciente (em São Paulo, R$ 528,72 por paciente), sendo que, em 2000, houve algo em torno de 12 milhões de internações no Brasil pagas pelo
SUS(1).
Desde 1999, quando a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados apontou a defasagem dos valores remunerativos da tabela do SUS como responsável pela degradação sistemática do atendimento médico hospitalar público do país, abriu-se uma grave crise entre os hospitais e o governo.
A remuneração do SUS para um parto normal que, segundo especialistas, é um dos mais simples procedimentos cirúrgicos praticados é R$ 300,00, sendo que o custo para o hospital é R$900,00. Estima-se que a capacidade de internação da rede conveniada tenha caído de 30 a 40%, nos últimos anos. Para entendermos mais essa grave crise,