Pirataria na Somália

A Somália situa-se em um dos pontos navais mais essências da circulação comercial do mundo. Cerca de 10% de todo comércio naval mundial passa pelo chifre do continente africano, o que naturalmente o permitia se concretizar como uma potência marítima contemporânea. Contudo o quadro em que a Somalia está inserida é totalmente o oposto. O paradigma das teorias geopolíticas e da realidade somali intriga diversas áreas, todas tentando explicar esse fenômeno social e político, e entregar um laudo com a principal causa do contexto atual. Como sempre, para entender o presente, precisamos resgatar do passado os principais pontos históricos que aprofundaram os quadros sociais somalis e que prevêem hoje o mesmo ser o país mais perigoso do mundo. A Somália foi durante os séculos XIX e XX colônia da expancionista Inglaterra e da facista Italia, o que gerou transformações culturais dentro de suas fronteiras, consequentemente, mesmo após sua independência em 1960, teve um alinhamento político e econômico com a extinta URSS. A relação Somália-URSS se fortificava cada dia e em 1974 o clímax dessa história ocorrera. Foi assinado um tratado que permitia aos soviéticos uma base militar no país africano, o que neste caso era de extrema importância, já que uma vez dito, o país africano é um ponto estratégico da geopolítica mundial. Contudo essa relação chega ao fim três anos depois, e a Somalia se entrega ao “canto da sereia” ocidental. Agora o alinhamento do eixo Somália-EUA era majoritariamente econômico, ou seja, o império ocidental descartava a possibilidade de um intercâmbio de ganhos entre ambas as partes. O interesse norte-americano não era apenas a dissimição das armas de fogos fornecidas pelos soviéticos, mas sim, ou digamos somente sim, a compra e acumulação de petróleo para as industrias americanas. Exterminando toda essa bagunça externa, a Somália encontra-se sem um alinhamento político ideológico de ganho mutuo, sem alinhamento estratégico econômico de longo