Pioneiros
Escrito por Geovani Santos
O movimento dos pioneiros, encabeçado por Fernando de Azevedo e por mais 26 educadores, levantou a bandeira contra a escola elitista e o modelo acadêmico tradicional patrocinado pela Igreja Católica que o monopolizava. Tal atitude revolucionária levantou discussões acaloradas entre os educadores envolvidos e os setores conservadores católicos, para os quais apenas a educação baseada na doutrina cristã era verdadeira. O Manifesto dos Pioneiros representa uma ação vigorosa e corajosa contra a arbitrariedade do ensino confessional católico elitista e fomentador da desigualdade social, bem como uma resposta à necessidade de reformas educacionais urgentes que se coadunassem com os ideais da Democracia e da modernidade. Segundo Aranha e Helena Bomeny, o documento elenca algumas idéias importantes para o processo educacional, são elas: A educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantada em programa de âmbito nacional. Critica o sistema dual, que destina uma escola para os ricos e outra para os pobres, reivindicando a escola básica única.1
Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita.2
Na visão dos educadores reformistas, a escola devia sofrer um processo de laicização e todas as camadas da sociedade deveriam ser beneficiadas por tais transformações. O"otimismo pedagógico" que norteava as ações de oposição à caducidade do sistema vigente era influenciado pela necessidade de adequação aos aspectos desenvolvimentistas perceptíveis no início do Século XX, pelo Pragmatismo de John Dewey, do qual Anísio Teixeira, um dos