Piketty - resenha 1o capitulo

Thomas Piketty faz um panorama da História do Capital e suas interpretações desde o século XVIII até o XXI, apresentando os movimentos do século XIX e os questionamentos a respeito da distribuição de renda e desigualdades – segundo ele, a retomada dessas questões se torna fundamental atualmente. Piketty nos mostra que na primeira metade do século XIX, ocorreu um aumento da participação do Capital na renda e na segunda metade, ocorreu uma leve redução seguida de estabilização; Já no século XX, o nível de renda para o capital privado estava baixo. Apenas com a revolução anglo-saxã, entre 1970 e 1980, o desmanchar do bloco soviético em 1989 e 1990, a globalização financeira e a desregulamentação dos mercados nos anos 1990-2000, possibilitaram uma reconstrução do Patrimônio do capital privado.

Para Marx (séc. XIX) a acumulação de capital privado gera concentração de riqueza e poder. Para ele, o Capital iria cada vez render menos – gerando conflitos violentos entre os donos do mesmo – ou a participação do Capital na renda nacional cresceria indefinidamente – o que causaria uma revolta dos trabalhadores. De um modo ou de outro, nenhum equilíbrio estável, socioeconômico ou político seria possível. O autor também cita outras análises, como a do teórico dos contos de fadas, Kusnets (séc. XX), produto da guerra fria, ele apresenta um ponto de vista otimista, dizendo que a desigualdade pode ser escrita por uma ‘’curva de sino’’, inicialmente cresce até atingir um pico, depois declina quando os processos de industrialização e de desenvolvimento econômico começam a avançar.

Já Piketty, a respeito da desigualdade no século XIX, irá dizer que ela acontece devido a taxa de remuneração do Capital fica maior do que a taxa de crescimento da produção e da renda e parece ser o mesmo fenômeno do século XXI. A remuneração do Capital seria a recompensa que o individuo tem por ter investido (ou herdado) seu capital em determinada empresa. Dá-se através da valorização de ações ou