Pigs e brics
“Brics soa bem, mas Pigs, não”, disse o vice-presidente sênior do The Economist Group, Daniel Thorniley, durante o evento “Emerging Markets Summit 2008″, realizado ontem em Londres.
A referência aos principais emergentes do mundo, criada pelo executivo do Goldman Sachs Jim O’Neill em 2001, faz alusão a “brick” – tijolo em inglês. Já a sigla Pigs começou a ser usada pela mídia internacional para caracterizar os países europeus próximos da recessão.
Ao aparecer na coluna “Lex” do Financial Times no início do mês, o termo chegou a irritar o ministro de Economia português, Manuel Pinho. Polêmica à parte, a percepção de executivos e especialistas é de que agora a busca por oportunidades mais lucrativas de crescimento a longo prazo ganhará mais intensidade. Nesse contexto, a adoção de estratégias adequadas aos mercados emergentes recebe importância renovada.
“As empresas alemãs não estão investindo na Alemanha porque não há confiança”, disse Thorniley, ressaltando que a inflação afetou o poder de compra da população. Por isso, ele acredita que os emergentes, onde há mercado consumidor, são mais atraentes.
“Os executivos estrangeiros reconhecem que, se quiserem elevar seus lucros, não será em seus mercados domésticos”, disse o diretor Danny Lopez, da UK Trade & Investment (UKTI), órgão do governo britânico.
Para os especialistas, será difícil ver todos os países em desenvolvimento passarem pela crise externa sem arranhão. O crédito mais apertado deve limitar a capacidade de investimentos das empresas e o dinheiro não vai fluir como antes.
Porém, a avaliação positiva dos