Piaget
Jean Piaget nasceu na Suíça, em 1896. Em sua infância e sua adolescência, demonstrou uma rara precocidade intelectual. Graduou-se em Ciências Naturais, pelas quais mostrava grande interesse desde pequenino, mas lia também sobre outros assuntos: sociologia, religião e filosofia.
Durante suas leituras sobre filosofia, Piaget interessou-se pelo estudo de como o conhecimento é obtido (epistemologia). Decidiu, então, entrar no mundo da Psicologia. A partir de então, deixou a Suíça e procurou diversos laboratórios, clínicas e universidades da Europa. Nessa época, trabalhou em Paris, no laboratório de Binet, onde aplicava testes de inteligência em crianças das escolas públicas. Ele sentia-se fascinado não com as respostas corretas que as crianças davam aos testes propostos, mas com suas respostas incorretas. Estudou obstinadamente as respostas incorretas, na esperança de aprender mais sobre a extensão e a profundidade das ideias e dos processos mentais infantis. Seu objetivo era compreender como crianças de várias idades obtêm o conhecimento do mundo a seu redor. Descobrir como elas passam a interessar-se pela aquisição de conhecimento tornou-se, para Piaget, o trabalho de sua vida inteira. Mais tarde, estudou e anotou minuciosamente o crescimento mental de seus três filhos: Jacqueline, Laurent e Lucienne. Essas observações, cuidadosamente interpretadas, constituem sua obra: O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. Piaget publicou inúmeros livros e artigos sobre o desenvolvimento cognitivo da criança. Esse trabalho foi muito influenciado pela sua formação em Ciências Naturais. Para Piaget, a habilidade de pensar resultava em uma base fisiológica. A criança nasce biologicamente equipada para realizar uma grande variedade de respostas motoras, que constituem a armação para os processos de pensamento seguintes. Até a morte, em setembro de 1980, Piaget manteve-se trabalhando ativamente na busca de respostas a