Piada
Elizabeth dos Santos Braga **
B
Abstract ased on some concepts developed by authors of French school of Discourse Analysis, this paper considers jokes as social practices. We focus on jokes typically used by teenagers, trying to articulate in the analysis language in functioning, positions, conditions of production and senses.
Uma anedota é como um fósforo: riscado, deflagrada, foi-se a serventia. Mas sirva talvez ainda a outro emprego a já usada, qual mão de indução ou por exemplo instrumento de análise, nos tratos da poesia e da transcendência. Guimarães Rosa
* Uma versão preliminar deste texto foi apresentada no II Congresso Nacional da Associação Brasileira de Lingüística, em fevereiro de 1999. ** Doutoranda da Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Bolsista CNPq. E-mail: ebraga@obelix.unicamp.br
Veredas, revista de estudos lingüísticos Juiz de Fora, v. 5, n. 1 p. 117 a 124
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Considero pertinente começar este texto explicitando algumas condições de sua produção. Tendo como ponto de ancoragem a educação em confluência com a psicologia, nossa perspectiva de análise privilegia o discurso como centro das investigações e considera o psiquismo humano como constituído na história, nas práticas sociais, que são permeadas pelo discurso. Nossas interlocuções com a lingüística têm ajudado a apurar aspectos teóricos (quanto à compreensão do funcionamento do discurso e de especificidades sobre a língua e a linguagem) e metodológicos (quanto ao modo de olhar e analisar o discurso e suas relações com a ideologia, contribuindo especialmente para tanto a Análise do Discurso). Explicitadas essas condições, esboça-se uma outra questão: por que este tipo de material em Análise do Discurso? Concordo, então, com Possenti (1998) na sua defesa das piadas como material privilegiado para as análises lingüísticas em geral e a Análise do Discurso em particular. Com o objetivo de articular o