O Petróleo na Economia Sergipana Ricardo Lacerda* Na última quarta-feira, 27 de outubro, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, apresentou palestra em Seminário sobre o Petróleo do Pré-Sal no auditório da reitoria da Universidade Federal de Sergipe. Na ocasião, Gabrielli fez importante anúncio sobre a descoberta de uma nova área de exploração na bacia de Sergipe e Alagoas, destacando ser o evento muito relevante, por abrir “uma enorme perspectiva para a exploração e desenvolvimento da produção em áreas de Sergipe". Os primeiros testes indicaram a presença de petróleo leve, de qualidade semelhante ao da bacia de Campos. Águas ultraprofundas Além da qualidade da descoberta, chamou a atenção o fato de que o bloco exploratório anunciado, o SEAL-M-426, situado a 58 quilômetros da costa de Sergipe, possui lâmina d’água de 2,34 mil metros, portanto, maior do que a do campo de Tupi, na Bacia de Santos, que gira em torno dos 2,1 mil metros. Piranema, nosso único campo produtor em águas profundas, apresenta lâmina d’água de 800 metros. Ainda que o dimensionamento das reservas dependa de pesquisas adicionais, os dirigentes da empresa asseveram que as informações já obtidas atestam a descoberta de uma nova província petrolífera na região, a primeira em águas ultraprofundas. Petróleo em Sergipe Desde a entrada em operação, em 1963, do campo terrestre de Carmópolis, a exploração do petróleo tem sido um dos principais vetores de desenvolvimento da economia sergipana. Os investimentos na cadeia produtiva de petróleo e gás têm se constituído, nos últimos 40 anos,em um dos fatores de diferenciação da economia sergipana em relação à média dos estados nordestinos e são um dos responsáveis (ao lado da maior taxa de urbanização, da menor faixa de semiárido e da menor concentração relativa de terra), por Sergipe apresentar indicadores sociais e econômicos significativamente superiores à maioria dos estados da região.
Gráfico 1. Sergipe: Produção de Petróleo, 1978-2009 (anos