Petrobras
A atual importância econômica da Petrobras para o país pode ser medida pelos seus números. Organizada sob a forma de sociedade anônima de capital misto, controlada pelo Estado como acionista majoritário, a empresa atua de forma integrada em vários segmentos como, pesquisa, exploração, refino, transporte, comercialização, petroquímica, distribuição de derivados, gás liquefeito de petróleo, gás natural e energia. Em 2012, obteve uma receita de R$ 281 bilhões e lucro líquido recorde de R$ 21bilhões. Produz mais de dois milhões de barris de petróleo por dia1, emprega mais de 86 mil funcionários2 e atende mais de 90% da demanda nacional de produtos de petróleo. Além disso, tem atuação internacional, desenvolve pesquisas de ponta no CENPES (Centro de Pesquisas da Petrobras) e é uma importante patrocinadora de projetos nas áreas ambiental, esportiva, social e cultural do Brasil. Portanto, é a maior empresa brasileira e a 7º maior companhia de petróleo do mundo, segundo a PFC Energy (janeiro/2013).
Entretanto, para falar de uma empresa como a Petrobras, não é possível levar em consideração apenas os dados econômicos, mas, também os fatores políticos que marcaram os rumos da companhia e revelaram um dilema que acompanha as estatais criadas para impulsionar a industrialização e o crescimento econômico. O debate que marcou a criação da Petrobras há cinquenta anos continua presente: como conciliar interesses privados, em especial a obtenção do lucro e a gestão da empresa, com os objetivos de uma instituição pública, sujeita às pressões políticas e interesses mais amplos? Qual deve ser o papel da iniciativa privada em setores estratégicos da economia? O Estado deve adotar uma política econômica neoliberal, privilegiando a abertura e estimulando a entrada de capitais estrangeiros ou deve intervir na economia, regulamentando mercados e investindo em setores considerados importantes?
Bem antes de a Petrobras ser criada, esses debates