Pessoa Ortónimo - Resumo das Temáticas
Fernando Pessoa Ortónimo
A DOR DE PENSAR
A dor de pensar é uma temática abordada em poemas como “Ela canta, pobre ceifeira” e “Gato que brincas na rua”. O sujeito poético sente-se condenado a ser lúcido, isto é, a ter de pensar. Muitas vezes, como forma de fugir à dor, deseja não possuir capacidades racionais, pelo que sente uma inveja da inconsciência da “ceifeira” e do instinto do “gato”. Na sua opinião, a inconsciência acarreta consigo a felicidade. Porém, como ele é consciente, é infeliz. O desejo de Fernando Pessoa ortónimo é o de ser inconsciente, mas, ao mesmo tempo, ter consciência disso, o que se traduz portanto num desejo paradoxal. Isto fá-lo viver numa tensão permanente entre pensar e sentir, consciência e inconsciência.
A NOSTALGIA DA INFÂNCIA
A nostalgia da infância é um tema recorrente na poesia de Pessoa Ortónimo. Encontra-se presente em vários poemas, como é o caso de “Ó Sino da minha Aldeia”. A infância apresenta-se como símbolo de inconsciência, pureza, inocência, sonho e felicidade. Este período, distante cronologicamente do sujeito poético, contrasta com a inquietação e angústia vividas no presente. Ao manifestar o desejo de possuir a infância das “crianças que brincam”, o sujeito poético remete-nos para uma ternura que lhe passou ao lado. Conclui-se, portanto que, apesar de nunca ter tido uma infância feliz, Pessoa Ortónimo refere-se a ela como se o tivesse sido. Deste modo, a temática da infância apresenta um caráter mítico, irreal.
INTERSEÇÃO SONHO/ REALIDADE
O sonho surge, em Pessoa Ortónimo, como uma compensação para a realidade amarga e hostil, para o desassossego permanente que o assola e consome. Perante a realidade dececionante, o sonho aparece como um refúgio, o único caminho, uma forma de evasão e de esquecimento. Além disso, o sonho é, muitas vezes, mais que uma simples compensação face à dor real, emergindo como uma ‘realidade’ substituta. Incapaz de aderir ao presente e a um