Pesquisa
No texto A democracia na zona do euro em tempos de crise, Aline Regina Alves Martins levanta a discussão sobre a recente crise econômica e financeira na zona do euro e suas consequências para a prática democrática na região. De acordo com a autora, as políticas de austeridade impostas pela Troika – FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – para combater a crise não consideram a democracia. Isto, não só no que tange aos seus aspectos puramente políticos, mas em seu caráter mais amplo, cada vez mais vinculado ao bem-estar e à dignidade humana. Assim, a crise destaca e aguça os problemas estruturais relacionados à prática democrática em decorrência da complexidade do processo de integração da União Europeia.
No quarto capítulo, o texto Lições de uma análise comparativa das crises financeiras traça um paralelo entre as crises das economias de mercados emergentes com as das economias da zona do euro, apontando suas similaridades e diferenças. O autor, Roberto Frenkel, busca encontrar formas de prevenção a possíveis novas crises, apontando, por exemplo, a necessidade de se reforçar e estender a regulamentação financeira. O autor trata, principalmente, da crise argentina de 2001, a qual considera particularmente interessante para aqueles que procuram lições sobre resoluções de crise. A estratégia para sua resolução envolveu uma grande desvalorização e o resgate e reestruturação do sistema financeiro, com condições favoráveis para o refinanciamento de dívidas privadas nacionais.
No artigo Propostas de reforma do sistema monetário internacional, Luiz Afonso Simoens da Silva discute três alternativas para a reforma do sistema monetário internacional contemporâneo: a inercial, na qual não se defende mudanças significativas na essência do sistema monetário global centrado no dólar; a utópica, proposta de reforma que busca uma transformação profunda no sistema, com a criação de uma moeda de reserva emitida por um banco central global; e a evolutiva, em