pesquisa
As ciências sociais, nomeadamente a Sociologia, germinaram na Europa do século XIX, como consequência da Revolução Industrial que teve como berço a Inglaterra. Estas tiveram um grande desenvolvimento, na medida em que a sociedade resultante da revolução industrial se encontrava em plena expansão no século XIX. Tudo era novo na sociedade industrial – as técnicas de produção, as relações sociais de produção, a separação entre o trabalhador e o produto do seu trabalho, o relacionamento do trabalhador com os meios de produção, as instituições, as leis, regras de conduta social, os valores sociais etc. O século XIX foi, portanto, um período de mudança e de insatisfação que consequentemente levou à origem de conflitos e tensões. Com a industrialização, por exemplo, o produtor livre passou a assalariado ganhando um novo estatuto social (conjunto de comportamentos e valores que cada indivíduo espera que lhe seja atribuído pela sociedade). Enquanto que na sociedade pré-industrial, os instrumentos de produção e o produto do trabalho pertenciam ao trabalhador, na nova sociedade industrial pertencem a uma nova classe – os capitalistas; ao operário apenas pertence a remuneração da força do seu trabalho. Posto isto, a sociedade industrial caracterizava-se por um novo modo de produzir e de relacionamento.
Todas as transformações e conflitos resultantes da crescente industrialização, implicaram o desenvolvimento das ciências sociais para um maior controlo e uma análise mais profunda da realidade social que é muito complexa. Contudo, para além da industrialização, também existiram outros factores que contribuíram para o surgimento das ciências sociais; são exemplo: a revolução dos transportes, a Revolução Francesa de 1789 e a afirmação do positivismo que fez apologia ao método científico. Estes factores também levaram a alterações económicas, sociais, políticas e culturais que mereceram estudos por parte das ciências sociais.“É num mundo alterado pela