Pesquisa sobre imagem
Henrique Luiz Pereira Oliveira
A câmera como lápis eletrônico
Quando, em 1996, foi criado o Laboratório de Pesquisa em Imagem e Som, foi escolhida a sigla “LAPIS” justamente por se acreditar que com a difusão das novas tecnologias audiovisuais a câmera de vídeo se tornaria uma modalidade de lápis eletrônico. Se naquela época a idéia da câmera de vídeo como um lápis eletrônico soava ainda como utópico, com o passar dos anos os equipamentos necessários para a produção de audiovisuais foram incorporados ao cotidiano, tornando-se tão triviais quanto os eletrodomésticos da cozinha.
Com a tecnologia digital, os recursos para a captura de imagens, em fotografia ou em vídeo, se popularizaram largamente. Os computadores também se difundiram e oferecem diversos recursos para um usuário amador manipular imagens digitais. A ampla circulação de vídeos na internet é uma evidência deste processo. A maior parte da população despende muito mais horas com audiovisuais do que com livros. No entanto esta cultura audiovisual adquirida no cotidiano - sobretudo através da televisão e, mais recentemente, da internet - não necessariamente resulta em uma recepção crítica dos audiovisuais, nem na capacitação para se apropriar destas tecnologias.
Dado que os equipamentos estão cada vez mais acessíveis, que o saber técnico necessário para operá-los é bastante simples e que a maioria das pessoas possui uma vasta cultura audiovisual, o desafio é transformar a junção destes elementos em ferramentas para o pensamento. É urgente que a cultura audiovisual acumulada no contato diário com as tecnologias de informação e comunicação, particularmente pelas crianças e jovens, seja potencializada e transformada através de experiências pedagógicas que favoreçam apropriações críticas e criativas destas tecnologias.
Oficinas de Vídeo-História
Vinculado ao Departamento de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal