Pesquisa sobre espaços públicos
O espaço público é considerado como aquele que seja de uso comum e posse de todos. Entendendo-se a cidade como local de encontros e relações, o espaço público apresenta, em seu ambiente, papel determinante. É nele que se desenvolvem atividades coletivas, com convívio e trocas entre os grupos diversos que compõem a heterogênea sociedade urbana. A existência do espaço público, portanto, está relacionada diretamente com a formação de uma cultura agregadora e compartilhada entre os cidadãos.
A rua é considerada o espaço público por excelência. Sendo o elemento articulador das localidades e da mobilidade, pode ser considerada a formadora da estrutura urbana e de sua representação. De acordo com Kevin Lynch1 , também é o local principal em que se forma a imagem da cidade, já que é por ela que os habitantes transitam e tem a oportunidade de observá-la e entendê-la.
A questão do espaço público vem sendo debatida, desde os anos 60, por especialistas de diversas áreas. Ao mesmo tempo novos tipos de espaços semi-privados ou semi-públicos aparecem como o cenário por excelência da vida urbana familiar e profissional: shopping, espaços de lazer de condomínios privados, casa de recepções, etc. Isso significa a privatização da vida pública? Ou a publicização da vida privada? Neste artigo, os autores tentam discutir essa questão baseada em observações de alguns desses espaços em Natal, cidade do nordeste brasileiro. Esta nova sociabilidade está se desenvolvendo em um caminho próximo ao enfatizado por autores contemporâneos (Huysen, Jamesson, Harvey) revela o crescente narcisismo e estetização de vastos domínios da vida cotidiana atual.
Já se tornou comum a afirmação de que os espaços públicos, praças e centros históricos das cidades brasileiras se degradaram e morreram ou estão à beira da morte. Esse processo de morte ou degradação acompanhou uma fase de desinvestimento progressivo do Estado Brasileiro no planejamento. Logo, ambos os fatos foram