Pesca no brasil perigos da exploração indiscriminada
Estudo do Ministério do Meio Ambiente alerta para a drástica redução de várias populações de peixes
Segundo levantamento realizado por diversas universidades brasileiras e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, nada menos que 80% das principais espécies marinhas exploradas comercialmente na costa brasileira estão no limite de sua capacidade de recuperação.
Ou seja: se algo não for feito para disciplinar a pesca dessas espécies - das quais as mais ameaçadas são peixes populares, como a corvina, a sardinha, a pescada, a tainha, o badejo e o cação, além de alguns tipos de camarão, lagosta e caranguejo -, logo os brasileiros precisarão importá-las.
De acordo com os estudos, já chegam a 24 as espécies de peixes marinhos e 79 as de invertebrados, como o guaiamum e a estrela-do-mar, sob risco em decorrência da sobre-exploração (excesso de capturas).
O Brasil chegava a produzir cerca de 130 mil toneladas de sardinha em meados dos anos 1980, por exemplo. Hoje, devido à pesca indiscriminada, não alcança 25 mil toneladas por ano.
Rios e lagos
Vale lembrar que as espécies marinhas não são as únicas que estão ameaçadas. De acordo com outro estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente, a situação dos peixes de rios e lagos não é muito diferente. Nada menos do que 135 espécies de água doce - como o pirarucu e o lambari - já foram prejudicadas pela pesca excessiva e sofreram drástica redução de suas populações.
A situação desses peixes é agravada por fatores ambientais que, por enquanto, não afetam o oceano brasileiro. Dentre as ameaças, as mais sérias são a poluição, o desmatamento das margens dos rios e a destruição de mangues.
Mesmo as espécies criadas em cativeiro não estão fora de risco. A crescente criação de camarões em viveiros (carcinicultura) - em vários estados do Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte - está prejudicando os pescadores autônomos da região.
Nesses estados, alguns proprietários, além de