Personificação da Morte
Plínio Balbino da Silva Siqueira1
RESUMO
Neste trabalho, pretende-se analisar a personificação da Morte, sua construção como uma personagem, suas ações e o modo como conduz seu “trabalho”, com o objetivo de construir reflexões e, também levantar hipóteses, sobre o uso desta figura de linguagem, sobre a possível “onipresença” da morte e a concepção filosófica desta como um “ser” ou um “fato”. Tudo isso para que entendamos o porquê o autor se valer deste recurso linguístico na narrativa e ainda nos questionar sobre nossa própria ideia a respeito da morte. Para tanto, usarei da leitura do livro “A menina que roubava livros” de Markus Zusak, baseando-me especialmente nas falas da personagem Norte, nos locais onde se passam algumas cenas e, assim, farei algumas inferências. Usarei também fragmentos da dissertação “A morte: abordagem interdisciplinar” de Cilena Canastra, como base para entender como o homem lida com a morte na história e no tempo atual. E ainda a matéria “Morte como instante de vida” de Scarlett Marton, o qual traz uma abordagem filosófica com vários pontos de vista sobre a morte por filósofos desde a Grécia Antiga até a Modernidade.
Palavras-chave: A menina que roubava livros, morte, personificação da morte, filosofia.
1 INTRODUÇÃO A morte é uma realidade próxima ao homem, porém desconhecida. É parte de todo ser vivo: nascer, crescer, se reproduzir e morrer, mas mesmo assim não estamos acostumados ou preparados para este último estágio. O que é a morte? Quem é a morte? Essas perguntas frequentes aos seres humanos alimentam e fomentam nossas ideias a respeito deste evento, sendo este, talvez, um dos motivos pelo qual o autor da obra “A menina que roubava livros” a escreveu, para tornar mais íntimo e palpável de nós algo que é invisível e inevitável. No livro, a morte é tratada como um ser, porém alguém “não-humano”, mas com características humanas, dotada de pensamentos e ações, ao longo do trabalho