personagens em felizmente ha luar
Em Felizmente Há Luar!, podemos considerar a existência de quatro grupos de personagens: as que representam o poder, o contrapoder, o povo e, finalmente, o grupo sombra. Em Felizmente Há Luar!, as personagens dos dois primeiros grupos são predominantemente entes históricos que agem como motores da história, tal é o caso de D. Miguel Forjaz, Beresford, Principal Sousa, António de Sousa Falcão, Matilde de Melo e o protagonista, o General Gomes Freire de Andrade. O mesmo se passa com as personagens Morais Sarmento e Andrade Corvo. De facto, todas estas personagens existiram e todas elas desempenharam o papel que tiveram na realidade: o de poder, o de contrapoder e o de denunciantes. O poder O grupo que se confunde com o poder é formado por Beresford, o ícone da presença inglesa, que não revela qualquer consideração pelo que é nacional; D. Miguel Forjaz, o representante da aristocracia e do absolutismo (nobreza absolutista), governador do reino; o Principal Sousa, o rosto da instituição Igreja, do Clero. Dentro deste núcleo há que destacar uma falta de coesão, ou seja, o grupo não é unido e sente-se no discurso das personagens a existência das tensões internas. Beresford aparece irónico e petulante, olhando para Portugal com forte sentido crítico, mostrando uma essência profundamente materialista e unindo-se a D. Miguel e Principal Sousa unicamente para manter o seu lugar, aumentar o seu poderio dentro do exército e assegurar o objectivo de voltar ao seu país com um bom pé-de-meia. O Principal Sousa é o menos convicto quanto ao que se prepara para Gomes de Freire, modificando-se a sua atitude indecisa do primeiro para o segundo actos, conseguindo rapidamente superar as dúvidas iniciais ao encontrar razões pessoais contra o General. Esta figura é o contraponto de Frei Diogo, confessor de Gomes Freire: se este representa a Igreja pura, que se alimenta e alimenta os outros da Fé, da