Periodização da língua portuguesa num contexto social: uma contribuição para a Sociolinguística histórica.
1. Introdução
Reconstruir frases antigas da língua portuguesa é uma tarefa que exige tempo e trabalho, por parte do investigador, dado que o português e os galegos mantiveram a mesma língua durante centenas de anos. Em primeiro lugar, porque temos pouca documentação dessa época, seja por desaire ou maldade do Homem, que origina dificuldades no manejo da mesma. Por outro lado, a análise de textos exige mais cuidado. Dado que os testemunhos que chegam até nós têm um grande espaço temporal e não se podem aceitar como originais, por que mesmo os originais que chegam até não, muitos deles, desconhecem-se os autores.
1.1 Enquadramento teórico-metodológico
Este artigo apresenta dificuldades no campo de datação dos aspectos morfológicos da língua no passado. Apresentando-os, por meio quantitativo, fornecidos pelo corpus que vai desde o século XIII aos princípios do século XVI. Tentou-se aplicar métodos recentes, de estudo da língua neste artigo, como a análise descritiva de frequência com base na estatística, comparando-os e marcando neles alguns períodos importantes de cariz histórico-social. Depois deste ponto o fenómeno analisado deixa de ter um caracter isolado e passam a ser “fenómenos linguísticos de conjectura”. Passando a captar essas conjecturas de forma moderna e como deverá ter sido a sua utilização da língua por via oral.
Por estes motivos, uma reavaliação dos da documentação medieval portuguesa, vai engrandecer o seu estudo de caracter filosófico onde eram apenas apresentados algumas variações dos fenómenos linguísticos. Este modelo contribui para superação de dicotomias como: sincronia/diacronia e estrutura/mudança.
Observando o corpus analisado, a sua extensão, assim como as diferentes classes sociais a que pertenceram os documentos na época medieval, formaram uma espécie de um continuum linguístico realçando pelas diferenças de níveis