Periferização
Normalmente, essa definição é utilizada indiscriminadamente para designar ao mesmo tempo, numa visão geográfica, os espaços que estão distantes do centro metropolitano e na faixa externa da área urbanizada e, numa visão sociológica, os locais onde a força de trabalho se reproduz em péssimas condições de habitação.
Quando definimos periferia como ‘parcelas de território da cidade que tem baixa renda diferencial’ procuramos precisar o conceito, assim como vincular concreta e objetivamente a ocupação do território urbano a estratificação social.
Apresentar baixa renda significa uma série de características conjugadas onde o fator distancia, quando a periferia é também geográfica, é apenas uma delas. É claro que, por serem áreas de urbanização mais recentes, os novos espaços incorporados à cidade são geralmente pior servidos de equipamentos urbanos, apresentando uma baixa renda diferencial em relação outras parcela\s do território urbano, já urbanizadas.
Não se pode usar unicamente o critério distancia para definir a periferia. Existem parcelas da cidade que mesmo não sendo recentes nem estando distantes do centro, propiciam baixa renda diferencial. E temos ainda, na faixa exterior da área urbanizada, parcelas do território que apresentam alta renda diferencial. Como exemplo, poderíamos citar a região de Barueri, de urbanização recente e distante do centro, onde se instalam quase que ao lado do Alphaville e loteamentos para população de baixa renda. Não pode-se denominar Alphaville como periferia se quisermos atar essa definição ao conceito de segregação espacial, pois é a baixa renda diferencial o que a define, estando o terreno aonde estiver no espaço urbano. Consequentemente este será o local de habitação dos trabalhadores, sendo esta uma periferia social. Assim, o termo periferia urbana pode ser utilizado em dois sentidos: para referir-se às chamadas 'franjas' ou 'bordas' urbanas, que seriam os loteamentos que se encontram nos