Perguntas e respostas sobre agressividade infantil
Até completarem 3, 4 anos, as crianças são desprovidas de recursos para lidar com a frustração. Imagine um bebê cheio de curiosidade e desejos. Quando suas vontades não são atendidas, surge um sentimento de decepção muito forte – e rápido. Ele não sabe lidar com essa intensidade. Como não fala, não tem argumentação e raciocínio, usa o físico para se manifestar. “A criança pequena não tem competência cognitiva para trabalhar a frustração. Ela agride para se defender do que sente e não entende aquilo como uma agressão. É instintivo”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo Pompeia, em São Paulo.
A boa notícia é que, com o tempo e a educação que recebe, a criança aprende a transformar essa raiva em um comportamento aceito pela sociedade – e por você. Descobre uma maneira, uma válvula de escape para lidar com as frustrações, assim como nós adultos fazemos na maioria das vezes. A notícia não tão boa é que, depois dos primeiros dois anos de vida, aparecem outros fatores que levam à agressividade. Um deles é a própria personalidade da criança. Algumas realmente serão mais raivosas do que as outras e exigirão uma orientação mais profunda para se adequar e direcionar essa energia para algo positivo.
. Criança agressiva é culpa dos pais?
Os pais devem se sentir responsáveis pelo filho, mas não podem achar que serão capazes de moldá-los completamente. Uma criança de temperamento mais agressivo não mudará totalmente. O que muda é que, com a educação, os pais ajudarão a perceber o quanto ela perde com certas atitudes. É preciso lidar com a personalidade dela.
Mas, em alguns casos, a família pode estar incentivando essa atitude. Isso acontece quando a criança os imita. A agressividade do filho pode ser reflexo direto de uma identificação com um adulto. “Se o pai dirige de maneira violenta, xingando e fechando os outros carros, esse é o modelo de masculinidade que o filho vai receber. Uma família mais