pequena análise sobre urupes
Monteiro Lobato não poupou papel para tecer duras críticas ao homem interiorano, principalmente ao caboclo matuto, sem instrução, preguiçoso e supersticioso, adepto da lei do menor esforço, como é o Jeca Tatu, uma das personagens mais populares da cultura brasileira e que se refere ao abandono e ao descaso com que o homem sertanejo é tratado pelas autoridades.
Sua teoria institui a tese do caboclismo, ou seja, a mistura de raças gera um tipo fraco, indolente, preguiçoso, passivo. Sua religião manifesta-se por meio das mais primitivas formas de superstição e magia. Sua medicina é mais rala ainda. Sua política é inexistente, já que vota sem consciência, conduzido pelo maioral das terras em que mora.
Urupês é basicamente uma série de 14 contos, tendo como ênfase a vida quotidiana e mundana do caboclo, através de seus costumes, crenças e tradições. Urupês A jóia do livro. Aqui, Monteiro Lobato personifica a figura do caboclo, criando o famoso personagem Jeca Tatu, apelidado de urupê (uma espécie de fungo parasita). Vive "e vegeta de cócoras", à base da lei do menor esforço, alimentando-se e curando-se daquilo que a natureza lhe dá, alheio a tudo o que se passa no mundo, menos do ato de votar. Representa a ignorância e o atraso do homem do campo.
Representa a ignorância e o atraso do homem do campo